segunda-feira, 11 de novembro de 2013

1:34 - Joaquim foi assassinado antes de ser jogado em rio, diz promotor

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(Fotos: Renato Lopes / Especial)
Depois de cinco dias de agonia e aflição, chegaram ao fim as buscas pelo paradeiro do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos.
Às 11h40 deste domingo (10), o corpo do menino foi localizado por um rancheiro descendo a correnteza do rio Pardo, em Barretos.
Exame necroscópico apontou que o menino foi morto antes de ser atirado nas águas do rio. A mãe Natália Mingoni Ponte e o padrasto Guilherme Raymo Longo tiveram a prisão temporária de 30 dias decretada na noite deste domingo por suspeita de envolvimento na morte da criança. Os dois foram presos por volta das 21h.

A certeza de que a criança fora vítima de homicídio vem do fato de os médicos legistas não terem achado água nos pulmões de Joaquim. Ela teria sido morta e depois lançada nas águas na tentativa de esconder o primeiro crime.
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Vestindo apenas uma blusa branca de bichinhos e uma cuequinha cinza, o corpo da criança foi reconhecido pelos próprios pais biológicos Artur Paes e Natália, por volta das 14h40. A sessão de identificação do corpo foi acompanhada pelo delegado João Osinski Júnior, diretor da Polícia Civil da Região, no Instituto Médico Legal de Barretos. Ao reconhecer o corpo, pai, mãe e avô materno desabaram em prantos num misto de estado de choque e desespero.
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O corpo, segundo policiais militares que atenderam a ocorrência, apresentava sinais de hematomas nas pernas, perfurações no tórax e afundamento no crânio, mas os policiais não sabiam afirmar se os ferimentos eram dolosos ou decorrentes da movimentação do corpo no rio.
“Temos de aguardar o resultado da necropsia (exame que detecta a causa da morte) para saber se essas lesões são decorrentes do rolamento nas águas”, disse o delegado Paulo Henrique Martins de Castro, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e responsável pelo caso.

Dúvidas
O promotor criminal Marcus Túlio Nicolino afirma que o padrasto da criança, Guilherme Raymo Longo, é o principal suspeito do crime. “Todas as diligências apontam para o Guilherme. Nosso grande objetivo agora é saber de que forma e por qual motivo essa criança foi assassinada. A primeira pergunta o laudo nos responderá”, afirmou o promotor.
A Polícia Civil deverá esclarecer ainda se Natália teve alguma participação no sumiço do menino e se algo aconteceu entre o casal nas vésperas do crime.
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O laudo oficial da necropsia deve sair em 30 dias. Os delegados Castro e Osinski Júnior acompanharam o início do trabalhos dos médicos legistas e solicitaram-lhes que indiquem se há excesso ou falta de insulina no organismo do garoto.
O promotor disse que se reuniria com os policiais do caso ainda na tarde deste domingo para refazer novo pedido de prisão de Guilherme.
Ao deixar a Delegacia Seccional de Barretos após fazer o reconhecimento formal do corpo do filho, Natália foi sucinta: “Eu sou inocente. Estou sem meu filho e sou muito inocente.”
‘Prisão é necessária’
A prisão de Natália Mingoni Ponte e Guilherme Raymo Longo foi decretada às 20h30 deste domingo pelo juiz plantonista Cássio Ortega de Andrade.
O promotor Marcus Túlio Nicolino afirmou que a detenção é necessária para que as investigações ocorrem sem interferências e até mesmo para manter a integridade física do casal. Revoltada com a morte da criança, a população tentou invadir a casa da família durante a tarde e o prédio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), onde Natália prestava depoimento no início da noite.
O promotor afirmou que ainda é cedo para dizer se a mulher está envolvida na morte da criança. Ele diz que a Polícia Civil se empenhará para esclarecer todas as dúvidas que rondam o caso.
Rancheiro encontra corpo
“Pensei que fosse uma capivara, mas quando o corpo chegou mais perto percebi que era uma criança, ele parecia um boneco”, conta o pedreiro Ademir Candido Rosa, 37 anos.
O pedreiro estava em seu rancho em um churrasco com os familiares quando avistou o corpo de Joaquim descendo o rio Pardo.
“O cheiro estava muito ruim. Chamei meu pai, nós pegamos o motor, colocamos no barco, peguei uma corda e saímos para tentar impedir que continuasse descendo o rio”, conta Rosa.
Enquanto eles seguiam o corpo de Joaquim por 24 ranchos abaixo, um rancheiro vizinho ligou para o Corpo de Bombeiros. “Eu não tinha ouvido falar no sumiço desse menino, nunca tinha encontrado um corpo na vida, foi muito triste”, afirma.
Rosa passou uma corda pelo corpo de Joaquim e amarrou o menino próximo a um barranco até que os bombeiros chegassem ao local.
Pessoas que estavam em ranchos vizinhos se aglomeraram para acompanhar a remoção. “Não imagino como alguém possa cometer uma maldade dessa com uma criança inocente. Acompanhei pela televisão e jamais imaginei que pudesse me deparar com o corpo desse menino”, afirma Fernanda Rosário, 36 anos, que estava em um dos ranchos vizinhos e acompanhou a remoção do corpo da água.
O cabo Marcos Roberto Borges, de Barretos, diz que o corpo apresenta hematomas na perna, uma perfuração no toráx e na cabeça e sinal de afundamento no crânio, além do pescoço, que aparenta estar quebrado.
“O corpo está na água há cinco dias. Ele vem rolando pelo rio e nesse trecho tem muitas pedras, por isso é muito prematuro apontar se esses ferimentos ocorreram antes dele ser atirado no córrego”, afirma o diretor do Deinter 3, Osinsk Junior.
A blusa do pijama que Joaquim usava faz parte de um conjunto, a calça foi apreendida pela polícia como prova.
Fonte: Jornal A Cidade - Rita Magalhães, Mariana Lucera e Tiago Freitas

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