O edital para licitação da primeira etapa da Adutora do Agreste será
publicado até o dia 15 de março. Essa foi a previsão anunciada pelo
presidente da Compesa, Roberto Tavares, durante a audiência pública para
apresentação do empreendimento realizada, esta manhã, na sede da
empresa, na Avenida Cruz Cabugá. O evento é uma exigência da Lei 8666,
que rege as licitações, cujo artigo 39 prevê que obras com investimento
superior a R$ 150 milhões sejam precedidas de escuta da sociedade.
“Este foi o primeiro passo para tornar a Adutora do Agreste uma
realidade”, afirmou o presidente Roberto Tavares, ao informar que a ata
da audiência será o documento que dará início ao processo formal de
contração do projeto, que vai construir 1.300 quilômetros de adutoras e
produzir 4 mil litros de água por segundo para 68 municípios e 80
localidades do Agreste. A adutora beneficiará 2 milhões de pessoas na
região do Agreste, que possui o pior balanço hídrico do Nordeste e do
País.
Com investimentos previstos de R$ 2 bilhões, a Adutora do Agreste
será o maior empreendimento hídrico da história da Compesa e um dos
maiores sistemas integrados do mundo. A água a ser transportada pela
Adutora do Agreste será proveniente do Ramal do Agreste, que é uma
derivação do Eixo Leste do Projeto de Transposição do Rio São Francisco.
“Pelo volume de investimentos e alcance social do projeto, a adutora
será uma das mais importantes obras hídricas do País”, prevê Roberto
Tavares.
Ainda durante a apresentação do projeto, que reuniu mais de 100
pessoas, entre prefeitos, políticos, empresários e representantes da
sociedade, o presidente da Compesa lembrou que a Adutora do Agreste será
um marco para a companhia e demonstra o compromisso assumido pelo
governador Eduardo Campos de resolver a questão da falta de água em
Pernambuco.
“Um projeto dessa magnitude é um indicativo da força do governo para
soerguer a Compesa, de devolver a companhia aos pernambucanos, para que
ela seja forte e se transforme numa das maiores empresas do País”,
frisou. O edital que será publicado em março se refere à primeira etapa
do projeto, que foi dividido em três lotes, e vai contemplar 12
municípios.
O volume de investimentos dessa etapa é de R$ 821 milhões. A previsão
é iniciar as obras no segundo semestre de 2012, com prazo de conclusão
de dois anos a partir da assinatura da ordem de serviço. O primeiro lote
será o maior em termos de recursos. Vai custar R$ 537 milhões e vai
beneficiar as cidades de Pesqueira, Sanharó e Belo Jardim. Nessa fase,
serão construídos dois reservatórios, uma estação elevatória (sistema de
bombeamento), 63 Km de adutoras e uma estação de tratamento de água.
O segundo lote contemplará os municípios de Arcoverde, Alagoinha,
Venturosa, Pedra e Buíque, onde serão aplicados R$ 143 milhões e prevê a
construção de 118 Km de adutora de água tratada e uma estação
elevatória, além das derivações para os municípios supramencionados. O
terceiro e último lote contemplará as cidades de Tupanatinga, Itaíba,
Águas Belas e Iati, com investimento de R$ 141 milhões e a construção de
99, 1 Km de adutoras de água tratada e as derivações para as cidades de
Tupanatinga, Itaíba, Águas Belas e Iati. Ainda nesta fase, serão
licitados mais dois lotes: uma para automação do sistema e outro para
implantação de todo o sistema elétrico.
A expectativa do secretário de Recursos Hídricos e Energéticos de
Pernambuco, Almir Cirilo, é de que a Adutora do Agreste fique pronta no
final de 2014, mesmo prazo estimado para conclusão do Ramal do Agreste,
da transposição do Rio São Francisco. A grandiosidade e a importância da
obra também foram referenciadas pelo secretário, que considerou o
empreendimento uma marca do governo estadual na área de recursos
hídricos. No evento, Almir Cirilo fez uma retrospectiva da história da
Adutora do Agreste. Lembrou que, em 2007, o então governador Miguel
Arraes foi contra o projeto original porque não contemplava Pernambuco.
“Ele entendia que o povo pernambucano também merecia receber água do
Rio São Francisco e fez disso uma bandeira para mudar a concepção do
projeto”, lembrou. Ainda na audiência pública de hoje, a Compesa também
apresentou as características da segunda etapa do projeto, que vai
atender mais 12 municípios e cujo edital deverá ser lançado em maio
deste ano. Nesta fase, serão beneficiadas as cidades de Tacaimbó, São
Caetano, Caruaru, Bezerros, Gravatá, Brejo da Madre de Deus, São Bento
do Una, Lajedo, Cachoeirinha, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe,
através da construção de 250 Km de adutora de água tratada. O custo
estimado da segunda etapa é de R$ 524 milhões.
Além dessas duas etapas, a Adutora do Agreste terá, ainda, mais duas.
Nestas duas, serão atendidas as cidades de Poção, Jupi, Jucati,
Calçados, Garanhuns, Caetés, Capoeiras, Paranatama, Saloá, Canhotinho,
Angelin, Palmerina, Brejão, Terezinha, Bom Conselho, Lagoa do Ouro,
Correntes, Ibirajuba, Jurema, Panelas, Altinho, Agrestina, Barra de
Guabiraba, Bonito, Camocim de São Felix, Cupira, Lagoa dos Gatos, Sairé,
São Joaquim do Monte, Riacho das Almas, Cumaru, Salgadinho, Passira,
Taquaritinga do Norte, Vertentes, Frei Miguelinho, Santa Maria do
Cambucá, Surubim, Vertentes do Lério, Casinhas, Orobó, Bom Jardim, João
Alfredo e Machados. A Adutora do Agreste é uma parceria do governo de
Pernambuco com o governo federal, por meio do Ministério de Integração
Nacional.
PREFEITOS - Prefeitos de várias cidades do Agreste pernambucano
compareceram à audiência. Para o prefeito de São Caetano, Jadiel Braga,
os projetos que contemplaram o município, como a Adutora da Taquara e
agora a Adutora do Agreste, são muito importantes para o desenvolvimento
da região. "O projeto também se destaca por contemplar distritos que
antes eram abastecidos apenas por carros-pipa", destacou. A prefeita de
Bezerros, Bete Lima, afirmou que a Adutora do Agreste acabará com o
sofrimento da falta de água no município.
Fonte/Foto/Jamildo Melo