Em apresentação na manhã desta quinta-feira (26), o delegado Francisco Diógenes, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse não acreditar na versão do ex-detento Júlio César da Silva Rocha, 19 anos, acusado de assassinar o último taxista a fazer praça com um Fusca no Recife, Amaro Bernardo da Silva, de 59 anos, conhecido como Seu Lucas. As informações foram repassadas na sede do DHPP, bairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife.
A polícia acredita que o suspeito não teria dinheiro para pagar a corrida de R$ 25 entre o Engenho do Meio, na Zona Oeste do Recife, e a Macaxeira, Zona Norte. Por isso, teria iniciado discussão com o taxista e, sozinho, dado cerca de 17 facadas nele, iniciando por uma no pescoço. Antes de pegar o táxi, o acusado teria ingerido bebida alcoólica durante uma prévia carnavalesca na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife.
O acusado contou, em depoimento, que deu os golpes de faca após discussão com o taxista, que teria parado o veículo porque o conhecia. Como só tinha R$ 22, Júlio César não poderia pagar o valor total do transporte e, segundo ele, Seu Lucas teria iniciado discussão. Em meio à confusão, o acusado teria assassinado o taxista.
Júlio César ainda falou para a polícia que foi ao Engenho do Meio, onde vive o seu pai, pegar a faca para se defender dos seus inimigos. Ele morou na Macaxeira e, além disso, tem três tias e duas irmãs residindo na localidade.
Antes do homicídio, que aconteceu na última segunda-feira (23), o acusado estava, havia 5 dias, em liberdade provisória. Ele havia sido detido, no dia 26 de dezembro do ano passado, no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) e depois no Presídio Professor Aníbal Bruno por lesão corporal grave contra o seu irmão. De acordo com a polícia, Júlio César é usuário de drogas e comete assaltos. Ele já foi interno da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase).
O suspeito de assassinar Seu Lucas foi preso na sua casa, no Loteamento Santana, em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. A polícia conseguiu encontrá-lo através de denúncias e informações de pessoas que moram no local do homicídio. Com ele, viviam a mãe, dois irmãos e a sua namorada, que está grávida de sete meses.
Parentes de Seu Lucas estiveram no DHPP na manhã desta quinta para saber informações sobre o acusado. Para Luiz Carlos Bernardo da Silva, apesar de não trazer a vida do irmão de volta, a família está mais tranquila com a prisão do acusado. "Meu irmão era uma pessoa querida. E essa prisão é uma pessoa a menos cometendo crimes na sociedade." Ele, no entanto, não acredita que o jovem sozinho tenha conseguido assassinar a vítima.
Fonte/JC
