Por volta das 7h desta terça-feira (11), quando abriu a paróquia de Tamandaré, no Litoral Sul pernambucano, para a primeira missa, o padre Arlindo Laurindo Matos Júnior teve uma surpresa ruim. Sacrário arrombado, óstias consagradas desaparecidas, porta da sacristia quebrada. Durante a madrugada, alguém tinha entrado pela lateral da igreja, pela praça Dom Acácio, e roubado microfones, lanternas e outros pequenos objetos.
"Isso é uma dor muito grande, porque [a igreja] é o centro da plenitude Católica, se não respeitam Deus, vão respeitar mais quem?", afirma, emocionado. A igreja Matriz de São Pedro de Tamandaré foi inaugurada há três anos com a ajuda do povo local e tem capacidade para mil pessoas sentadas.
Fiéis de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama contribuíram com recursos e serviços. "Estavam todos chorando aqui, porque esta paróquia é do povo", lamenta o padre. Por este motivo, o religioso suspeita de que as pessoas que arrombaram a igreja sejam de fora.
O pesadelo ficou pior quando o padre Arlindo chegou à delegacia do município: só encontrou um cadeado na porta. Mais tarde, voltou ao local e encontrou apenas um escrivão, que alegou não poder registrar o Boletim de Ocorrência por problemas no sistema de computador. O padre foi orientado pelo profissional a fazer o registro online.
Com a ajuda de um carro de som, o religioso convoca a população para uma caminhada, às 15h, pedindo por segurança em Tamandaré. Às 19h, celebra missa em desagravo à insegurança. "Estou fazendo o que eu posso para resolver esta situação", revela.